domingo, 9 de novembro de 2008

Planeta Terra (parte 2)


Dexter Holland, ainda punk, mas já tiozão: that's the way, that's the way things goooo

E aí veio Offspring, o show mais esperado da noite (não por mim, mas pela turba). Antes de falar do show, deixe-me abrir uns parênteses.

Eu não entendo rodas de pogo. Sério, pra que você paga R$ 60 para ir num show e, em vez de assistir os caras, fica se batendo contra outras pessoas numa demonstração ridícula de falta de neurônios? Afinal, sempre é possível colocar o CD pra tocar em casa e se jogar contra as paredes, sozinho. Não precisa levar os modos trogloditas para espaços públicos, onde eles incomodam os outros cidadãos – que, como eu, tinham que assistir o Offspring com um olho no palco e outro na platéia, pra ver se não tinha nenhum marmanjo surtado voando na sua direção.

Mas enfim, o show foi ótimo, e o primeiro a realmente levantar o público. Não sou fã do Offspring e não conheço a fase roqueira deles – meu gosto é pela fase pop do álbum Americana e de seus sucessores. E, como as músicas dessa fase vieram todas em seqüência, foi fácil me deixar levar. Relembrei meus 15 anos com Pretty Fly e Why don’t you get a job. E Hit That é um pequeno
 clássico. Só senti falta de She’s got issues, mas seria pedir demais, eu sei. Nota 8.

Aí tocamos pro palco indie ver os Breeders. Esperamos durante três músicas por Cannonball e, como não veio, fomos embora. Mas o show estava chato mesmo. E deu um pouco de dó ver a Kim Deal gordona e com jeitão de tia do churrasco. Breeders sempre foi meio kitsch né, mas o show tava exageradamente sem graça.

Voltamos pro palco principal, mas não mudou muita coisa. Bloc Party já tinha começado e, putaqueopariu, Bloc Party é MUITO chato. Não que seja de propósito: os caras se esforçam, tocam os instrumentos com vigor e tal. Mas o Kele Okereke não tem carisma. Nada, zero, necas de pitibiriba. E o povo nem tava muito animado – a platéia só estava cheia porque os fãs do Kaiser Chiefs não queriam perder os lugares. Engraçado é que o Kele relembrou o episódio da MTV e disse que “não era nossa intenção desrespeitar um país no qual nunca estivemos; esperamos que este show possa retificar isso”. Sorry Kele, não retificou. Nota 5.


Ricky Wilson com a boina roubada de alguém da platéia: "nos shomos Kaiser Chiefs! nos shomos angry mob!"

E então, finalmente, a melhor atração da noite. Kaiser Chiefs era a banda ideal para terminar o festival: suas músicas de refrões fáceis e riffs pegajosos eram perfeitas para animar o povo que, à 1h30 da manhã, já lutava contra o sono. Sério, nada foi tão bom nesse Terra quanto berrar desavergonhadamente os refrões de Everyday I love you less and less e Na na na na naa. São músicas que muito provavelmente não vão fazer história, mas que, ao vivo, fazem você querer dançar, pular e etc. como se não houvesse amanhã. Num show, isso é mais importante que qualquer outra coisa.

E Ricky Wilson é um showman. Quase tão bom quanto o Pelle Almqvist dos Hives (eu disse quase), ele sabia levantar a platéia, arrancar palmas e gritos, fazer o público erguer as mãos ou cantar junto como ele queria. E o cara tem o pior português improvisado do mundo. 

Ricky Wilson falando “ele é um herói”: ill i um hiroi! ill i um hiroi!!

O herói era o tecladista Nick Peanut, que tocou convalescente de uma cirurgia de apendicite. Foi um herói mesmo, porque, se o Kaiser Chiefs tivesse cancelado, a história teria sido outra. Não teríamos um grande show de arena para encerrar o festival, como um evento desses merece, e ainda teríamos que ir embora com Kele Okereke entalado na garganta.

Isso sem falar que não teríamos ouvido The Angry Mob e seu refrão épico repetido à exaustão. Pra mim, a melhor música do Planeta Terra, e o melhor show. Nota 9.

E esse foi o meu Planeta Terra. Cansativo, com alguns perrengues no meio e com muita, muita satisfação de poder ver essas bandas ao vivo, nesse lugar e com as companhias que tive. Faria de novo, com certeza. 2009 está aí.


Confira a primeira parte desta resenha aqui.

Fotos: Terra.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu só teria ido pelo Kaiser Chiefs mesmo. Uma pena essa minha falta de grana.

Thiago Rivero disse...

Sei la, eu fiquei tentado a expliçar a essençia do pogo(çoisa q faço desde que tenho, sei la, 14 anos) mas, açho q nao tem essençia mesmo, é só um bando de retardado se çhutando, se dando paulistinha e tçhutçhus insadeçidos...
mas...
talvez se vç fosse çurtir um pogo em uma roda de ska, vç poderia ateh çurtir...sei la mais relax...

Vale pensar...Maybe...ok não!!!