domingo, 10 de maio de 2009

Oasis (parte 4)

 
Parte 4 – O show de São Paulo


Chegamos na fila às 15h e pouco. O show era às 22h e os portões abriam sabe-se lá que horas. Estávamos até que adiantados (não tanto que alguns amigos que chegaram de manhã ainda, para ficar na frente), mas não podíamos entrar de imediato, pois ainda esperávamos pessoas.

Ficar parado na avenida do Parque do Anhembi é uma experiência singular. Pudemos ver a fauna de pessoas entrando para o show, que ia dos indies aos pais com filhos, dos normais aos nerds com camisa do show de 1998.

Outra coisa interessante que vimos foi a Polícia Militar realmente PRENDENDO um cambista, no que deve ser um episódio raro na história da corporação. E o policial fez o serviço completo: deu bronca na turminha que estava falando com ele, deu bronca nos seguranças do evento e fez todo o showzinho para assustar os outros que estavam em volta.

Quando o último elemento do nosso grupo chegou, já passava das 18h. Mas nem foi ruim: peguei um lugar bem bom, umas 10 fileiras atrás da grade (lembrem-se que eram 35 mil pessoas, então 10 fileiras atrás da grade tava ótimo). Além disso, antes do show, encontrei várias pessoas legais bagarai que eu ainda só conhecia pela internet.

Aí começou o que eu mais temia: chuva. Eu jurava que ia dar a mesma sorte que no show do Radiohead, quando todo mundo previu chuva e ela nem caiu. Mas não, dessa vez os metereologistas estavam certos: começou a chover gelado e com vento no Anhembi e eu lá, de camiseta e calça jeans.

Quando o Cachorro Grande entrou, a chuva ficou bem mais forte. Comecei a me molhar de forma bem tensa e cheguei a cogitar comprar uma capa de chuva pelo absurdo preço de R$ 10. Mas mantive minha dignidade e fiquei lá, com os R$ 10 molhando no bolso.

O Cachorro conseguiu duas proezas: 1) fazer um show melhor que o do Rio e 2) atingir o cúmulo da honestidade. Palavras exatas do vocalista Beto Bruno, no final do show: “gente, vocês só têm que agüentar mais três musiquinhas”. Isso mesmo, “agüentar”. Era o que estávamos fazendo oras. Agüentando com boa vontade, mas agüentando. Cachorro Grande tem o meu respeito.

Aí acabou o show e, graças à minha santa aquerupita, a chuva parou. Quando o Oasis entrou, ainda rolava uma água, mas depois ela cessou definitivamente. Isso porque, para o horário, estava prevista tempestade com raios. Chupem, meteorologistas.

O setlist foi o mesmo que no Rio, claro. Mas é uma pena, porque os fãs se esforçam mesmo: levaram até uma faixa pedindo Gas Panic!, que é nada menos que minha música preferida do Oasis. Mas não rolou, para minha tristeza.

Em compensação, tivemos um Oasis muito mais interativo. Liam jogou não uma, mas duas meias-luas (se eu estivesse um metro para trás, tinha chances de ter pego uma), e ele e Noel não paravam de mandar beijinhos e piscadinhas para a platéia.

No geral, a grande diferença entre os shows do RJ e de SP é que, em SP, todas as músicas foram cantadas pela platéia, sem exceção, e o pessoal pulou mais. A força da platéia fez diferença, porque o show acabou ficando mais deslumbrante, mais hipnótico. Me acabei em Slide Away e Morning Glory, de novo. E The Importance of Being Idle foi simplesmente sensacional.

Quando eles saíram depois do primeiro final, a platéia fez algo inesperado e lindo: começou a cantar em coro o refrão de Don’t Go Away, um dos singles do álbum que o Oasis mais renega, o Be Here Now. Durou pouco, mas foi mágico, mesmo. Tive que ouvir a música em casa depois.

Quando a banda voltou, o coro de fãs pediu Whatever, um single sem álbum. Noel fez graça: “esse é o nosso show, quem decide o que a gente vai tocar somos nós, não vocês”. E começou Don’t Look Back In Anger, que foi decididamente melhor que no Rio, principalmente por causa das 35 mil vozes cantando junto.

Pra terminar de destruir, o final matador: Falling Down, Champagne Supernova e I Am The Walrus. Perfeito.

No geral, eu tenho dito para as pessoas que eu achei o show do Rio melhor, mas agora, relembrando tudo, fica difícil escolher. Os dois foram absurdamente ótimos. Até a voz do Liam parece que melhorou só para o Brasil. E olha que a voz do Liam tá tensa já não é de agora.

Para terminar a noite, depois de socializar forte (mas rápido) com os amigos no pós-show, eu e outros dois oasers saímos vagando pela avenida em busca de um táxi que nos levasse ao metrô. Depois de subirmos num táxi em que o motorista nos fez descer porque era “mais fácil chegar lá a pé” (não era), achamos um bendito que topou fazer a corrida. E ele era tão gente fina que até comentou: “foi bom o show hoje né, do Oásis”. Sim, meu amigo, show do Oásis foi foda.

Do táxi para o metrô, do metrô para o último trem da CPTM no sábado. Foi em cima da hora, mas deu. E era o começo do fim de alguns dos dias mais felizes da minha vida.

Ahhh, foi bom demais. Quem foi, sabe. Não tenho mais o que falar aqui. Oasis é eterno.

Oasis, part of the masterplan
 

2 comentários:

Carolina Maria, a Canossa disse...

Descobri Oasis para valer há pouco tempo. E confesso que senti uma ponta de "invejinha": eu queria ter ido nesse show, mas por uma série de fatores não deu - acompanhei o do Rio pelo Multishow. Mas, ok, fica para a próxima, já com a garantia de que vale a pena ver ao vivo.

Eduardo Costa disse...

foda, cara! que isso se repita sim, mais vezes, e se possivel, com nosso pessoal clássico reunido.

abs!