Antes de Oasis, teve a abertura de Cachorro Grande, que pode ser resumida em uma palavra: honesta. Conscientes de que eles não eram as estrelas ali, os cachorros fizeram um show rápido, forte e com várias músicas conhecidas. Não foi ruim, e até que entreteu bastante. Melhor parte foi Samuel Rosa, do Skank, subindo ao palco no final para cantar duas covers dos Beatles com a banda.
Aí acabou a cachorrada e era a hora da verdade. Com um setlist definido e intocável há muito tempo, a gente já sabia o que ia ouvir e até a ordem em que ia ouvir. Mas não fazia diferença, mesmo.
Rock’n Roll Star abriu o show. Ver pela TV o Liam posando para os fãs na ponta do palco é uma coisa. Ver ao vivo é outra. Deu para olhar nos olhos de Liam Gallagher, ver suas órbitas girando e examinando cada pedaço da platéia. Enquanto isso, o irmão mais velho Noel, o guitarrista Gem e o baixista Andy faziam seu serviço com precisão, e oito mil pessoas cantavam em coro que “toniiiiiight, I’m a rock’n roll star!”. Foda.
Lyla foi perfeita, com o baterista mothafucka Chris Sharrock chegando a tocar com as mãos por alguns instantes. E que linda é a marcha dessa música ao vivo. The Shock of The Lightning foi a primeira das novas, uma das melhores do disco de 2008, Dig Out Your Soul. Não fez feio ao vivo.
Cigarettes & Alcohol foi outra cantada em uníssono, seguida pelo primeiro momento mais silencioso do show, The Meaning Of Soul. Eu não gosto muito dessa música, então aproveitei para tirar fotos. Fiz isso depois no show de São Paulo também. Sorry, Gallaghers, essa música não desce pra mim.
To Be Where There’s Life, outra nova, é perfeita ao vivo. Gritar junto com o Liam “Dig out your soooooouuuuullllllll, cause here we go!” é uma experiência única que eu recomendo seriamente. Nessa faixa, o tecladista Jay Darlington, também conhecido como Jesus Cristo, mostra a que veio.
Depois teve o primeiro momento Noel do show. Liam sai do palco e o irmão mais velho canta Waiting For The Rapture, uma faixa ótima do novo disco, que fez todo mundo pular no solo. Em seguida, ele entoa The Masterplan, lado-b da fase áurea do Oasis. Todo mundo conhece e todo mundo canta junto, é um dos pontos altos do show.
Liam volta para tocar composição sua, Songbird, que também não está entre minhas preferidas. Mas está entre as de muita gente, e o coro é forte. Talvez por a música ser dele, Liam agradece mais que de costume. Bonito.
Em seguida, entra Slide Away, faixa demolidora do primeiro álbum. Não há como não cantar essa música. Não foi single, mas está entre as faixas indispensáveis desse disco. A performance é intensa, emocionante, carrega o público junto. Todo mundo canta a plenos pulmões.
Morning Glory, faixa título do meu álbum preferido do Oasis, vem em seguida. É outra pra destruir gargantas gritando “weeeeelllllll, what’s the story, morning glory”. E aí vem Ain't Got Nothin', outra nova, muito pouco cantada no Rio. Estranho, porque também é bem boa.
The Importance Of Being Idle é uma das minhas favoritas de todos os tempos do Oasis. Noel destrói qualquer um nos vocais e, principalmente, na letra dessa música. “I can’t get a life if my heart’s not in it” – ah, Noel, quem me dera…
Então, I’m Outta Time abre espaço para o mágico primeiro final. Wonderwall, a música mais famosa de todas, é cantada em alto e bom som pelo público, em momento catártico. Supersonic, uma das melhores performances do show, é outra muito cantada. A apresentação acaba e, poucos minutos depois, a banda volta para o bis.
Don’t Look Back In Anger, em que Noel deixa a platéia cantar os refrões sozinha, é emocionante. Lembro de ouvir essa música no repeat, no meu quarto, quando comprei o CD. O piano, a letra, o vocal, tudo muito perfeito, no álbum e no show. Parabéns, Noel.
A minha faixa preferida do CD novo por muito tempo, Falling Down, entra em seguida. A versão é boa, mas a de São Paulo foi melhor, e mais cantada também. Daí vem a apoteose. Champagne Supernova, uma das melhores músicas dos anos 90, continua tão boa como na época em que foi feita. Linda, emocionante, pesada. Saudades dos meus 12 anos...
Para terminar tudo, uma cover dos Beatles, I Am The Walrus. É ótima, mas, com a obra que o Oasis tem, acho um desperdício tocar música dos outros. Podiam dar espaço para Live Forever, que foi pedida durante o show inteiro, mas não rolou.
Última imagem marcante: Liam com uma bandeira do Brasil na cabeça. É meio clichê quando vamos em vídeo, mas ao vivo dá para sentir melhor a simbologia daquilo. Valeu, Liam.
Foi um show realmente muito bom, catártico. Saí suado, cansado, doído, mas não me arrependo de nada, nem por um momento. Valeu tudo pelo Oasis, até o assalto. E eu ainda estava só na metade...
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