quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

No ônibus (4)

Todo mundo sabe que transporte coletivo em São Paulo é uma bosta. Com chuva, fica uma bosta e meia. Com gente imbecil dando em cima de você, vira uma orgia de bosta.

Olha só a história. Quando eu saio do trabalho, pego um microônibus que vai direto até a estação de trem. Hoje tava chovendo e, na filinha pra entrar no ônibus, muita gente se molhou, inclusive eu.

Entrei no ônibus e sentei numa cadeira de janela. Aí do meu lado sentou um indivíduo. Eu já estranhei desde o começo porque, com vários lugares disponíveis no ônibus, ele escolheu sentar ao meu lado, sendo que eu nem tava perto da porta.

Mas tá. O ônibus partiu, eu pus meus fones e beleza. Aí o desgraçado começou a mexer o braço do meu lado, como se estivesse se ajeitando. Só que, na sociedade contemporânea, esse tipo de movimento não dura mais que dois, três segundos. E o dele não parava. A não ser que ele fosse epilético ou estivesse com pulgas, era óbvio que aquilo era pra se esfregar em mim.

Isso já me irritaria normalmente. Mas, considerando que eu e ele estávamos molhados de chuva, o nojo era ainda maior e já aí eu comecei a ficar seriamente emputecido.

Mas o pior ainda estava por vir: quando finalmente resolveu parar com o braço, o filho da puta repousou o cotovelo na minha barriga. Tipo, como se fosse a coisa mais normal do mundo encostar o cotovelo em estranhos e usar os pobres cidadãos de almofada.

Fiquei puto, comecei a bufar, mas o desgraçado não tirou o cotovelo. E nem me venham com o papo de que ele não sabia: o cara ficava me olhando de rabo de olho, avaliando minha cara pra ver se eu tava curtindo. Todas as vezes que ele olhava, eu fazia cara de cu. Era para onde eu queria mandá-lo, afinal.

E fomos assim até o final da viagem, para o meu infortúnio.

O problema não era ele ser homem e gay. Se fosse uma mulher gostosa, eu também ficaria puto. Entenda: não importa o quão gostosão(ona) você seja, ROÇAR O COTOVELO NA BARRIGA DOS OUTROS NÃO É UMA BOA TÁTICA DE CONQUISTA.

Se você é um adepto, fica o toque para mudar seu approach. Caso não consiga, sugiro que repense seu planejamento profissional e tente uma carreira num bar de strip. Lá, você pode se esfregar nas coisas e nas pessoas o quanto quiser que ninguém liga. E se estiver molhado, capaz até de gostarem mais.

Si isfrega nêu
 

4 comentários:

Crystal disse...

morri de dar risada!!!!! vic sendo xavecado por um homem!
Mas eu sei o quanto isso é realmente foda!

Thiago Apenas disse...

Eu ri alto!

Carmen Guerreiro disse...

Ahahahahaha! Victooooor, que bizarro! Meu, o que vc fez? Eu até diria que eu teria dito algo, mas as coisas mudam e na hora que estamos lá não conseguimos fazer nada. Um cara já se... humm... "tocou" olhando para mim num ônibus lotado e eu queria tirar uma machadinha fora e cortar a coisa dele, mas na hora a gente trava, né? Como tem gente sem noçãaaaooo!

Carmen Guerreiro disse...

"machadinha fora" não. Eu quis dizer "machadinha cega". =)