Essa semana tirei uma foto de nerdices diversas que tenho guardadas aqui em casa para colocar no orkut. Foi tudo: pôsteres, DVDs, livros... até minha caricatura que eu ganhei na formatura da faculdade.
Tem muita coisa rara ali, do tipo que eu pretendo guardar pra vida. Por exemplo, o exemplar de Mesa Para Dois, de Fábio Moon e Gabriel Bá, autografado por eles em um bar de São Paulo meses antes dos dois ganharem os maiores prêmios dos quadrinhos
mundiais.
Ou o Sandman autografado pelo próprio Neil Gaiman, o qual eu fui até Paraty (RJ) pra conseguir, em pleno caos da Flip. Ou os meus South Parks, que eu comprei um a um numa loja de colecionáveis, torcendo para que não esgotassem antes de eu completar a coleção.
Mas acho que, de todos os itens, o mais valioso é o pôster do Garbage. Não valor monetário, que deve ser baixo, mas sentimental.
Explico: quando me tornei fã do Garbage, a banda estava na crista da onda. Seu segundo álbum tinha sido indicado ao Grammy, eles eram responsáveis pela nova trilha de James Bond, Shirley Manson aparecia nas capas das principais revistas musicais... foi a época dourada da banda.
Por isso a espera pelo Beautifulgarbage, o terceiro álbum, foi tão agoniante. O mundo inteiro queria saber o que eles fariam em seguida. E, quando o álbum saiu e não era nada do que ninguém esperava, muita gente ficou meio perdida e muito órfã daquela banda pop que dominava as rádios dos anos 90. Inclusive eu.
Corta para dezembro de 2001, no dia em que eu, tranqüilo, andava pelo calçadão da minha cidade à procura de um presente de amigo secreto. Entrei numa loja de CDs qualquer e, de repente, vi o pôster do Beautiful pendurado na parede.
Pirei legal na hora. Toda minha paixão pelo Garbage bateu forte, e eu só sabia que precisava ter aquele pôster. PRECISAVA.
Pedi pro atendente da loja. Ele falou que não podia me dar isso, que só o dono podia permitir, e o dono não tava, e blá blá blá. Eu insisti e, vendo que não ia dar jogo, parti pra barganha.
Eu: “Olha, se você me der o pôster, eu compro alguma coisa dessa loja”
Ele: “O que você compra?”
Eu: “O que você tem de bom?”
Ele: “Bom, a gente tá com o CD novo da Ivete San...”
Eu: “EU COMPRO!”
E comprei mesmo. E assisti feliz (e quase babando) enquanto ele tirava o pôster daquela parede e enrolava pra mim.
Juro pra vocês, saí daquela loja cantando. Esqueci completamente das críticas ao terceiro disco e só fiquei feliz, muito feliz, de estar com o pôster dele nas mãos. Voltei a ser o moleque deslumbrado que assistiu o vídeo de “Push It” na MTV pela primeira vez pulando na sala.
Levei o pôster pra casa e deixei ele na minha parede por muito tempo. Hoje, como ele está um pouco machucado nas bordas, guardo enrolado. Volta e meia, ainda abro pra olhar.
E meu amigo secreto daquele ano ficou com o CD da Ivete. Acho que o bichinho nunca saiu do plástico... mas fazer o que né, não dá pra fazer omelete sem quebrar os ovos.
Minhas nerdices: o pôster é o que tem essa flor bem gay