domingo, 30 de novembro de 2008

Feeling lucky? - SEX EDITION

Muita gente chega no Pneumonia procurando putaria no Google. Como conteúdo erótico não é nosso forte, imagino que todos saiam meio desapontados daqui.

Mas as buscas são divertidíssimas. Eis as melhores das últimas semanas:


o que é piroska? (tenta o Google Images... é ver pra crer)

adolescentes nudistas (UHUL VIDALOKA)

"leo quer estuprar dedina" (e ninguém faz nada? onde esse mundo vai parar?)

pegando na chana (melhor que pegar no duro né)

eu quero ver mulher nul mostrando a chana (quando você achar uma mulher ‘nul’, me avisa que eu quero ver também)

passaram na bunda de dexter holland (é por isso que o Planeta Terra teve censura 18 anos)

o padre que dava para os coroinhas (porque inversão de papéis é tudo)

sábado, 29 de novembro de 2008

Welcome to the jungle

O lugar que eu mais gosto no mundo é meu quarto. Pelo menos até eu achar um lugar pra morar sozinho. Meu quarto é onde faço minhas coisas, onde eu me escondo dos outros, onde eu durmo.

Ontem (na verdade, hoje) rolou uma festa dos meus pais na garagem de casa. Os convidados eram gente boa, mas eram amigos dos meus pais, não meus. E o negócio foi rolando até tarde. Quando deu meia-noite, subi pro meu canto.

Meu quarto, como é típico, estava uma baderna, com revista pra um lado, roupa suja do outro, papéis espalhados na escrivaninha, sacolas no chão... e eu lá deitado na cama. Normal para o meu dia-a-dia, mas eu daria uma arrumada se fosse mostrar o lugar pra alguém.

Daí que, à 0h30, eu tava lá deitado com a luz acesa, pensando na morte da bezerra, quando a porta se abriu de repente.

“E esse aqui é o quarto do Victor...” – disse minha mãe, já chutando os lixos para fora do caminho pra galera poder explorar melhor. Atrás dela, uns 20 negos faziam a tour.

Eu lá, deitado e com cara de pateta, só fiquei olhando o pessoal dando um bizu no meu quarto, como se estivessem num museu. Veio até uma velhinha de bigode me cumprimentar: “parabéns, viu”.

Parabéns pelo quê? Pelo modo sofisticado de organizar as meias sujas do lado do armário? Pela toalha molhada pendurada de modo particularmente genial na maçaneta do guarda-roupa? Ou pelas pilhas de revista espalhadas tantricamente pelos pontos do quarto, seguindo os ensinamentos do feng shui?

Já falei pra minha mãe que tudo bem se ela me transformar em atração de zoológico, mas que, na próxima, vou querer minha parte no dinheiro dos ingressos.
 

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Um ano

Hoje este blog completa um ano. Sim, um aninho inteiro desde o primeiro post, do qual eu nem lembro direito.

Fiquei pensando no que eu poderia postar para celebrar a data, mas não cheguei a nenhuma conclusão satisfatória. É difícil escrever alguma coisa com a pressão de que ela seja “especial”.

Então resolvi fazer um recordatório. Lembrar como era minha vida em 25 de novembro de 2007, uma data que parece tão próxima, mas que, para mim, já está muito, muuuuito distante.


- Em 25/11/07, eu ainda era universitário e acordava cedo pra ter aulas de Ética com o dono de um site que, neste momento, traz a manchete “A Favorita – Léo quer estuprar Dedina, mas falha na ‘Hora H’”.

- Em 25/11/07, eu estava terminando meu TCC, maior projeto da minha vida, e estava preocupado porque não iríamos conseguir entregar a versão diagramada no prazo.

- Em 25/11/07, eu ainda tinha dúvidas de que iríamos tirar 10 (/ego).

- Em 25/11/07, eu estava a menos de um mês de receber um telefonema que me faria sair do desemprego.

- Em 25/11/07, eu não sabia que iria sair do desemprego para o pior emprego fixo da minha vida.

- Em 25/11/07 eu também estava a um mês de receber outro telefonema, mas que me daria o melhor trabalho (freelance) da minha vida.

- Em 25/11/07 eu ainda tinha medo de 2008, porque seria meu primeiro ano sem um plano.

- Em 25/11/07 eu já tinha saudades de 2007 e de tudo de bom que veio com ele.

- Em 25/11/07 eu estava prestes a conhecer um monte de gente que faria de meu 2008 um ano muito bom.

- Em 25/11/07 eu começava um blog sabendo que iria abandoná-lo, como realmente fiz depois de dois posts.

- Em 25/11/07 eu não sabia que blogar era legal e que voltaria a essa prática meses depois.

- Em 25/11/07 eu era menos feliz do que sou hoje, um ano depois. E isso resume tudo, certo?

Pra finalizar, vou cantar parabéns com esse cara aqui embaixo, que também faz aniversário dia 25, mas do mês que vem.


Este post é dedicado ao Renato e à Canossa, que insistiram durante meses para eu ter um blog – e agora não atualizam os seus.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Voyeurizado

Confesso que tomo banho no escuro. Não sei se essa é uma prática comum, mas certa vez eu li uma entrevista da Feiticeira em que ela dizia que também só se banhava desse jeito. E se a Feiticeira faz, então tá legitimado, né?

Quando eu me tornei adepto, eu fazia só pela excentricidade mesmo. Decorava a geografia do box do banheiro, anotava mentalmente onde estava cada coisa importante (xampu, esponja, sabonete) e ia pra galera.

Com o tempo, porém, tomar banho no escuro se tornou uma necessidade.

É que, alguns anos atrás, construíram perto da minha casa dois prédios residenciais bem altos. E – desafio você a adivinhar, caro leitor – ambos foram construídos com vista panorâmica para:

a) O Shopping ABC
b) O parque Ipiranguinha
c) O estádio Bruno Daniel
d) A janela do meu banheiro

A situação é tão arquitetonicamente trágica que não existe nem a opção “n.d.a.”. Meu banheiro virou um Big Brother eterno. Me tornei o próprio ugly naked guy dos Friends.

Não é que dá pra ver tudo. O box, que é o principal, não pode ser visto. Mas toda a área onde eu fico para me enxugar está sob a mira de 30 janelinhas que me olham lá de longe. E aí, não há paranóia que resista. Vou no breu mesmo.

Mas confesso também que, às vezes, ligo o foda-se e faço tudo com a luz acesa. E, se olho pros prédios e vejo a silhueta de um possível voyeur, aí é que me dá mais vontade de mandar um gesto obsceno, executar alguma mímica indecente ou então de fazer o pintocóptero.

Não gente, nunca cheguei às vias de fato. Tenho pudores. As vizinhas siririqueiras dos prédios vizinhos, não.
 

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Sobe desce

Minha semana começou boa, depois ficou péssima, aí foi pra ótima e agora está ruim.

Deixar de ter vida bipolar, comofass?
 

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O call center e a eficiência

O problema de ter seu celular roubado não é nem tanto a violência que você sofre. É a burocracia pela qual você tem que passar para comprar um novo.

Depois de toda a chatice de comprar um aparelho, meu celular ainda não conseguia fazer ligações, só receber. Aí tomei coragem e liguei pro atendimento ao cliente.

Depois de esperar os tradicionais 15 minutos ouvindo musiquinha e propaganda, fui atendido por um fulano. A ligação estava baixíssima:

Ele: Boa noite , quem fala?

Eu: QUÊ??

Ele: Qual seu nome, senhor?

Eu: É VICTOR. VIU, VOCÊ PRECISA FALAR MAIS ALTO QUE NÃO TÔ TE OUVINDO

Ele: blablabla (falando baixo) blablabla?

Eu: QUÊ??

Ele: blablablablablabla dar um click blablablabla?

Eu: AHN? É PRA EU LIGAR O CELULAR NO PC?

Ele: Não senhor, eu perguntei se blablablablablabla ativar o chip blablabla

Eu: AAAHHH, O CHIP TÁ ATIVADO SIM

Ele: blablablablablabla o senhor comeu merda blablablabla

Eu: QUÊ??!?!

Ele: blablablablabla o celular sofreu queda blablablablabla

Eu: NÃO MEU FILHO, O CELULAR TÁ ÓTIMO, SÓ SUAS CORDAS VOCAIS MESMO QUE PARECEM TER CAÍDO PRO INTESTINO, QUER IR LÁ BUSCAR?

Ok, eu não falei isso, só pensei. Mas aí ele já tava de saco cheio de mim e me passou pra outro. Que também estava falando lááá longe e, ainda por cima, riu da minha cara.

Ele2: blablablablablablablabla?

Eu: OLHA MEU AMIGO, VOCÊ PRECISA FALAR ALTO, PORQUE EU NÃO TÔ OUVINDO LHUFAS

Ele2: Mmmmppfffff (risadas contidas), OK SENHOR EU FALO MAIS ALTO

Aí ele falou alto mesmo durante uns cinco, seis segundos e depois voltou para o tom de quem pede licença no ônibus.

Nessa hora, minha dignidade já tinha ido pro saco e eu rodopiava no quintal de casa, no meio da garoa, tentando pegar uma recepção melhor enquanto o cicrano ria da minha cara.

Juro que quando eu for pro inferno, minha primeira medida será assombrar os atendentes de call center. Vamos ver se eles gritam baixinho quando me virem no espelho à noite.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Feeling lucky?

Depois de muito tempo invejando a Carol Monterisi, arranjei um esquema para fazer o levantamento das visitas do meu blog. Agora eu tenho como saber os horários em que Tia Vânia prefere ler meus posts.



Mas o mais legal de ter um serviço de análise é saber quais os termos que as pessoas colocaram na busca do Google e que, por algum mistério da humanidade, as trouxeram até o Pneumonia.


No meu caso, o termo mais procurado é....... (rufem os tambores)....... PIROSKA!


Sim, a própria jogadora de hand da seleção da Hungria, que tentou enfiar suas poderosas bolas na nossa goleira Chana. Saiba tudo aqui.


A seguir, alguns dos termos que levaram os googlers até mim, com comentários:


- chana (é claro)


- mc donald Qual e a lembrancinha (não sei, fico te devendo essa)


- fotos de como se pega a pneumonia (fotos? Tá procurando um guia ilustrado?)


- madonna show brazil alienados (que preconceito, aposto que o público da Madonna só tem CDF)


- clube nudismo foi fechado pedofila infantil (oh! shock!)


- peças sobre a pneumonia (não sei se existem, mas seriam um belo fracasso de bilheteria, não?)


- letra Axe pirulito (já tentou o Vaga-Lume?)


- quero saber se pneumunia pega (pega)


- a pneumonia pega em que parte do corpo (no suvaco; já olhou o seu hoje?)


- Em que estação do ano acontece a pneumonia (primavera-verão, época da suvaquera nas praias)


- chiclete com banana cabelo V-O? significado (WTF??)


- verbos com professor Pasquale e turma do ratimbum (torça: quem sabe a Celeste não é convidada pro Nossa Língua Portuguesa?)


- como pegar uma mulher no onibus? (não sei amigo, quando descobrir me conta)


- meu nome e valdete (parabéns)


- porque um bebado anda em ziguezague (da série Grandes mistérios da humanidade)


- olha o piu piu ô mãe (pirulitô!)


- dinamica para coroinhas (até pra coroinha? esse RH não perdoa hein)


- adão negro meu cabelo duro é o seu coração (HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA)

domingo, 9 de novembro de 2008

Planeta Terra (parte 2)


Dexter Holland, ainda punk, mas já tiozão: that's the way, that's the way things goooo

E aí veio Offspring, o show mais esperado da noite (não por mim, mas pela turba). Antes de falar do show, deixe-me abrir uns parênteses.

Eu não entendo rodas de pogo. Sério, pra que você paga R$ 60 para ir num show e, em vez de assistir os caras, fica se batendo contra outras pessoas numa demonstração ridícula de falta de neurônios? Afinal, sempre é possível colocar o CD pra tocar em casa e se jogar contra as paredes, sozinho. Não precisa levar os modos trogloditas para espaços públicos, onde eles incomodam os outros cidadãos – que, como eu, tinham que assistir o Offspring com um olho no palco e outro na platéia, pra ver se não tinha nenhum marmanjo surtado voando na sua direção.

Mas enfim, o show foi ótimo, e o primeiro a realmente levantar o público. Não sou fã do Offspring e não conheço a fase roqueira deles – meu gosto é pela fase pop do álbum Americana e de seus sucessores. E, como as músicas dessa fase vieram todas em seqüência, foi fácil me deixar levar. Relembrei meus 15 anos com Pretty Fly e Why don’t you get a job. E Hit That é um pequeno
 clássico. Só senti falta de She’s got issues, mas seria pedir demais, eu sei. Nota 8.

Aí tocamos pro palco indie ver os Breeders. Esperamos durante três músicas por Cannonball e, como não veio, fomos embora. Mas o show estava chato mesmo. E deu um pouco de dó ver a Kim Deal gordona e com jeitão de tia do churrasco. Breeders sempre foi meio kitsch né, mas o show tava exageradamente sem graça.

Voltamos pro palco principal, mas não mudou muita coisa. Bloc Party já tinha começado e, putaqueopariu, Bloc Party é MUITO chato. Não que seja de propósito: os caras se esforçam, tocam os instrumentos com vigor e tal. Mas o Kele Okereke não tem carisma. Nada, zero, necas de pitibiriba. E o povo nem tava muito animado – a platéia só estava cheia porque os fãs do Kaiser Chiefs não queriam perder os lugares. Engraçado é que o Kele relembrou o episódio da MTV e disse que “não era nossa intenção desrespeitar um país no qual nunca estivemos; esperamos que este show possa retificar isso”. Sorry Kele, não retificou. Nota 5.


Ricky Wilson com a boina roubada de alguém da platéia: "nos shomos Kaiser Chiefs! nos shomos angry mob!"

E então, finalmente, a melhor atração da noite. Kaiser Chiefs era a banda ideal para terminar o festival: suas músicas de refrões fáceis e riffs pegajosos eram perfeitas para animar o povo que, à 1h30 da manhã, já lutava contra o sono. Sério, nada foi tão bom nesse Terra quanto berrar desavergonhadamente os refrões de Everyday I love you less and less e Na na na na naa. São músicas que muito provavelmente não vão fazer história, mas que, ao vivo, fazem você querer dançar, pular e etc. como se não houvesse amanhã. Num show, isso é mais importante que qualquer outra coisa.

E Ricky Wilson é um showman. Quase tão bom quanto o Pelle Almqvist dos Hives (eu disse quase), ele sabia levantar a platéia, arrancar palmas e gritos, fazer o público erguer as mãos ou cantar junto como ele queria. E o cara tem o pior português improvisado do mundo. 

Ricky Wilson falando “ele é um herói”: ill i um hiroi! ill i um hiroi!!

O herói era o tecladista Nick Peanut, que tocou convalescente de uma cirurgia de apendicite. Foi um herói mesmo, porque, se o Kaiser Chiefs tivesse cancelado, a história teria sido outra. Não teríamos um grande show de arena para encerrar o festival, como um evento desses merece, e ainda teríamos que ir embora com Kele Okereke entalado na garganta.

Isso sem falar que não teríamos ouvido The Angry Mob e seu refrão épico repetido à exaustão. Pra mim, a melhor música do Planeta Terra, e o melhor show. Nota 9.

E esse foi o meu Planeta Terra. Cansativo, com alguns perrengues no meio e com muita, muita satisfação de poder ver essas bandas ao vivo, nesse lugar e com as companhias que tive. Faria de novo, com certeza. 2009 está aí.


Confira a primeira parte desta resenha aqui.

Fotos: Terra.

Planeta Terra (parte 1)

Colarzinho com cartões listando as atrações do Planeta Terra

E ontem foi dia de Planeta Terra. Com um line-up forte, uma infra-estrutura que funciona e muita organização, é o melhor festival de música do Brasil hoje, sem dúvida. E eu me surpreendi que a Villa dos Galpões é literalmente uma vila com galpões, incluindo ruas, praças e o iscambau.

Fui ver o show com amigos, e eis minhas impressões:

A primeira atração musical da noite foi o Vanguart. Sério, Vanguart agrada todo mundo – se não pelas músicas, que são bem boas, pela simpatia do Hélio Flanders, que é muito gente fina. Perdi as contas de quantas vezes ele agradeceu o público por aparecer tão cedo para vê-los – “5 horas da tarde a gente ainda tá tomando cafezinho”, disse. De quebra, o show foi ótimo, muito mais animado que o do Orloff, e com o público cantando as mais famosas. Nota 7.

Aí fomos dar uma volta e paramos para ver o Animal Collective. O show dos caras é uma viagem completa, com o vocalista soltando grunhidos e gemidos incompreensíveis enquanto distorções eletrônicas faziam o fundo musical. É um tipo de show que tem seu público, mas nós certamente não nos incluíamos nele. Nota 6 para a parte que vimos, pois saímos na metade para voltar ao palco principal.

E ver a Mallu. Ok, a Mallu é toda bonitinha e talentosinha, mas o show dela está totalmente verde, loooonge de ser bom. Além da interação zero (pudera, ela é uma folkista de 16 anos), também contou contra o fato de as músicas serem todas iguais. E a voz monocórdica da Mallu só deixava tudo com cara de mais do mesmo. Tava chato beirando o insuportável. Saímos após três músicas.

Enquanto Mallu terminava seu show, ficamos deitados na grama aproveitando a área verde da Villa dos Galpões. Saímos quando ouvimos os primeiros acordes do show do Jesus and Mary Chain. Fomos para o palco principal, mas, com as eventuais idas ao banheiro no caminho e com o congestionamento de pessoas para chegar no palco, acabei perdendo minha preferida, Head On. Não achava que iam tocá-la logo no começo, tive que me contentar em ouvi-la de longe. Das músicas que eu de fato assisti, Blues From A Gun e Happy When It Rains foram as melhores.

Aliás, o show foi tecnicamente perfeito. Os caras não erram nada, é quase como se você estivesse ouvindo o CD. Só que a interação com o público, de novo, foi nula. Pra falar a verdade, acho que o Jim Reid nem OLHOU pro público. Fazer o que, eles são antipáticos mesmo. Pelo menos tocam bem. Nota 7,5.

Quem foi no Terra ganhou de presente um tubo de ensaio

domingo, 2 de novembro de 2008

Sou mais o ET

Existem muitas coisas de que eu sinto falta, hoje em dia, da TV Globo de antigamente: o chef da TV Colosso chamando a cachorrada pra almoçar (estudava de manhã, então era a única parte que conseguia ver), Caco Antibes falando "calaboca" pra Magda e "você me beijou! Eu gostei!" pro Ribamar, Natasha dançando e caçando vampiros em Vamp (chupa, Buffy), Dercy Gonçalves jogando o Jogo da Velha, He-Man e She-Ra aos sábados, a ponte do rio que cai, Malhação com gente malhando, o cabelo original da Glória Maria...

Mas se tem uma coisa que marcou minha infância do mesmo jeito que ferro quente marca a bunda de gado, foram os ETs do Fantástico. Quem viveu o começo dos anos 90 sabe que, todo domingo, invariavelmente, tinha matéria sobre ET no Fantástico, uma mais bizarra que a outra.

Eu morria de medo, do tipo de dormir com a cabeça embaixo do cobertor, mas assistia sempre. Era o máximo, com as filmagens de OVNIs em vários lugares do mundo, os relatos dos abduzidos, os retratos falados dos ETs... heavy shit.
 
Pois eis que, procurando na net o famosíssimo vídeo da autópsia do ET, me deparei com este blog. Desconheço o autor, mas ele gosta de Calvin, então é meu amigo.
 
O post linkado formula uma teoria interessantíssima:
 
"Explicarei minha teoria: me considero parte da Geração ET do Fantástico.(...) Fazem parte dessa geração os nascidos entre 1984 e 1986, aproximadamente, mas pode respingar um pouco pra cima ou um pouco pra baixo.(...) Este grupo, na verdade, está num grande limbo. Não pertenceu a nenhum grande movimento, não foi pioneiro em nada, e hoje vive com os pés bem plantados no chão. É a geração intermediária entres os grunges da MTV dos 90's e os emos da MTV dos 00's. (...)Atualmente, essa geração está na fase de dar um rumo a suas vidas. Estão vivendo um grande dilema: apesar de não querer virar adulto de uma vez por todas, já não somos mais como os adolescentes "de hoje em dia", que já fazem aos 12 anos coisas que a geração ET nem sonhava em fazer naquela época."

Gente, como diria o jingle, é fan-tás-ti-co! Achei uma descrição perfeita de mim mesmo. Minha geração, que eu até hoje credito a um baby boom pós-ditadura, sempre ficou nesse limbo entre a breguice dos anos 80 e a tecnologia dos 00, meio que presa à identidade dos anos 90, que é, no fim, uma não-identidade. (Ó! Filosofei legal agora hein? Chico Nunes, me liga).

Mas agora eu achei um rótulo pra chamar de meu. Faço parte da Geração ET do Fantástico. Vou até mandar fazer uma camiseta: 100% ET do Fantástico, pra usar quando eu vencer a Copa do Mundo e for levantar a taça.

Depois dessa, vou até fazer comunidade no orkut.
 
ET fidumégua, me roubou noites inteiras de sono e era fake